"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Frases e Pensamentos de Jean Piaget)




terça-feira, 21 de janeiro de 2014



Tema: Consumo e Saúde: qualidade e segurança dos produtos de consumo (alimentos e medicamentos).
Trabalho realizado na disciplina: "Metodologia de ensino das disciplinas de desenvolvimento pessoal e social II"
Autores: Admilson Pires, Allan Lima, Elton Sequeira, Lucilene Pires & Mª Fernanda Chantre
Mindelo, Dezembro 2013


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INTRODUÇÃO

As mudanças rápidas e os riscos potenciais do consumismo a que se assiste na sociedade actual tornam um imperativo para quem é consumidor, para que ele tenha em consideração e reflicta sobre as consequências das suas opções, no que se refere ao consumo, na sua saúde.
A saúde e a segurança do indivíduo estão cada vez mais ligadas ao consumo, seja pela ingestão de alimentos, bem como de medicamentos. É preciso estar sempre atento às informações disponíveis e ter bastante cuidado ao consumir. Nisso, a educação para o consumo é a fórmula preventiva mais eficaz para garantir a saúde e a segurança no consumo.
Nesse sentido, o tema em questão – Consumo e Saúde -, é pertinente socialmente na medida em que desenvolve no educando uma melhor formação da sua personalidade, com atitudes voltadas para a responsabilidade social, capacitando-o para o desenvolvimento de comportamentos que possam assegurar a saúde e segurança, bem como hábitos de consumo que são nocivos ao consumidor.
O espaço da escola poderá desempenhar um papel decisivo na discussão acerca da vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes, na prevenção de doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e responsabilidades, na identificação das informações importantes.

Metodologia de Trabalho
No trabalho utilizamos como recurso metodológico algumas fontes de pesquisa bibliográficas, mas baseamos sobretudo em fontes Web gráficas (devidamente citadas e referidas), devido à escassez de outros documentos de análise que retratam o tema.
Começamos por esclarecer alguns conceitos tais como, saúde, consumo e qualidade, em seguida abordamos o porquê da Educação para a Saúde no Ensino Secundário, bem como as estratégias curriculares e metodologias a utilizar. Posteriormente, retratamos a problemática do consumo como factor de saúde e bem-estar, e por fim, os cuidados que se deve ter com o consumo de alimentos e de medicamentos.
O trabalho conta com uma vertente prática, a qual se encontra descrita no plano de sessão prática do mesmo.

Objectivos do trabalho
·           Analisar as implicações do consumo de alimentos e de medicamentos na nossa saúde;
·           Compreender a importância do consumo saudável enquanto factor de saúde e bem-estar;
·           Relacionar consumo e saúde;
·           Demonstrar o porquê da EPS no Ensino Secundário;
·           Levar os alunos a reflectirem sobre as suas práticas no dia-a-dia;
·           Levar o público a ter uma noção básica do tema;
·           Lançar bases para futuros aprofundamentos da temática em questão.



ENQUADRAMENTO TEÓRICO
CONCEITOS BÁSICOS
SAÚDE
Durante muito tempo a saúde foi considerada como o oposto da doença, sendo esta conceptualizada considerando-se, exclusivamente, as perturbações físicas ou biológicas e encarada como um acontecimento acidental, que atinja o organismo, sem haver possibilidade de desencadear qualquer tipo de reacção que a pudesse evitar (LARREA & PLANA, 1993), citado por CARVALHO, 2007
Em 1946 a Organização Mundial de Saúde (OMS) o definiu como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade”, sendo considerada não apenas um bem individual, mas também colectivo.
A frágil dinâmica que se estabelece entre a saúde e a doença depende de múltiplos factores que determinam os hábitos de vida de cada pessoa: o tipo de alimentação, a prática ou não de exercícios físicos, os cuidados com o corpo, o cuidado com produtos consumidos, a adopção de medidas que previnam os acidentes de consumo causados por produtos inseguros, entre outros. A saúde está directa ou indirectamente relacionada aos nossos hábitos de vida e de consumo, e a segurança dos produtos e serviços que utilizamos é um factor importante a ser considerado.

CONSUMO
É a acção pela qual as pessoas adquirem e/ ou utilizam para o seu bem-estar individual ou familiar e de forma adequada à natureza do objecto, os bens e serviços que estão á sua disposição no mercado. Este consumo é sempre consumo final, em contraposição à utilização de consumos intermédios ou até de matérias-primas. (Instituto Brasileiro do Consumidor, 2002).
Pode-se afirmar que o consumo é um acto individual e de responsabilidade social, aceitando a existência de consequências sociais e ecológicas, desequilibrantes do mesmo, que devem ser corrigidas.

 QUALIDADE
A qualidade é considerada universalmente como algo que afecta a vida das organizações e a vida de cada um de nós de forma positiva. (Library Association, 1994 in Gomes, 2004, citado por CRATO, 2010).
A busca pela qualidade tem vindo a assumir-se como condição essencial, numa era em que os consumidores são cada vez mais exigentes, valorizando a saúde nas decisões de consumo e aumento da demanda por produtos e serviços orientados a uma vida saudável. A demanda por um consumo responsável e de qualidade aumenta a consciencialização sócio-ambiental do consumidor e intensifica as exigências éticas e de eficiência no processo produtivo;

O PORQUÊ DA EPS [1] NO ENSINO SECUNDÁRIO
A EPS nessa faixa etária é de suma importância porque para muitos alunos, é a única oportunidade de aprender e cuidar da saúde. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor [Idec] (2002, p. 8),
O espaço da escola poderá desempenhar um papel decisivo na discussão acerca da vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes na prevenção de doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e responsabilidades, na identificação das informações importantes. Conhecendo e exercendo os seus direitos, os alunos certamente influenciarão o comportamento da família e dos amigos.

Ao ensinarmos, não esqueçamos que só se aprende realmente através da prática. Se só se ouvirem, esquecem, se verem, lembram-se, se fizerem, aprendem, sabem.(Adaptado de um ditado chinês).
Segundo Sanmarti (1998) referido no manual do Programa Nacional de Saúde Escolar (2011, p. 6), da mesma forma que um(a) aluno(a) aprende na escola, os conhecimentos científicos e os hábitos sociais que lhe permitirão enfrentar os problemas da vida na comunidade, também deve adquirir os conhecimentos e os hábitos higiénicos e de saúde em geral, que lhe permitirão alcançar o maior grau possível de saúde física, mental e social.
Partindo desses pressupostos e, actualmente, consenso generalizado da pertinência da introdução da Educação para a saúde nos currículos do ensino secundário, pelas múltiplas vantagens que incorporam na formação pessoal e social dos adolescentes, na perspectiva de educação/formação para a vida. Entre as inúmeras vantagens, estudos têm realçado o seguinte:
·          - A educação para a saúde revela eficácia e perenidadequando é feita por profissionais da educação capazes de fazer abordagens pedagógicas adaptadas ao nível do desenvolvimento do aluno e ao contexto socio-económico e cultural da sua vivência;
·         - A escola é o espaço onde o programa de educação para a saúde encontra maior abrangência do seu público-alvo, ganhando a sua universalidade;
·             - As raízes do comportamento sanitário do ser humano situam-se na infância e na adolescência. As crianças e os adolescentes são mais receptíveis às aprendizagens e assimilação de valores e práticas de vida saudável.

Essa fase de vida humana constitui um terreno fértil, onde os (as) docentes podem cultivar os valores, atitudes e comportamentos, pois estão na fase do pleno desenvolvimento físico, mental e social.  

Que estratégias curriculares e metodologias a utilizar no ensino da EPS

Uma das propostas interessantes é a abordagem transversal das matérias da Educação para a saúde. Nisso, todas ou grande parte das áreas de conhecimento contribuem, ainda de que em diferentes medidas, ao desenvolvimento dos conteúdos relacionados com a saúde.Na Educação para a saúde o professor não trabalha isolado, mas sim em integração, onde entra a colaboração da equipa docente, segundo programa EPS escolar, (GAVIDEA & RODES, 1996 citado no Manual do Programa Nacional de Saúde Escolar, 2011, p. 7).
Mas para alcançar essa transversalidade do ensino-aprendizagem dos conteúdos da Educação para a saúde direccionados para as competências que os adolescentes devem adquirir, implica o cumprimento de estratégias pedagógicas e metodologias fundamentais. Na escola, as metodologias devem fornecer ao aluno, enquanto consumidor, o conhecimento dos aspectos práticos e éticos das escolhas que faz, na medida em que, saber fazer escolhas entre as várias alternativas é uma capacidade fundamental para todos os aspectos da vida.
Segundo Silva (2002, p. 137), a criação de condições para o desenvolvimento das crianças e dos jovens exige harmonia na educação dos vários agentes que para ela concorrem. Nesta perspectiva, a intervenção em programas e projectos em saúde dos adolescentes pode ser mais efectiva quando se assegura a participação intersectorial envolvendo profissionais da saúde, das associações de defesa do consumidor, da educação, bem como a família, as comunidades religiosas, de animação comunitária, do serviço social ou dos meios de comunicação social.
O desenvolvimento dos saberes sobre a saúde escolar deve ter em conta particularidades de cada faixa etária, estabelecendo a relação entre os conteúdos abordados com os problemas do quotidiano da turma, na escola e em casa.
Nas actividades ou aulas que visam a Educação para a saúde é importante ter em conta os valores, as atitudes, os comportamentos, os hábitos, as normas e conceitos relevantes para a população escolar.Lembremos de que os hábitos só são adquiridos e interiorizados, se a sua aplicação for sistemática. Durante a abordagem, o professor deve utilizar metodologias activas, reduzindo as aulas expositivas, visto que se trata de um dos meios mais eficazes para a aprendizagem e a aquisição de competências.
É de salientar que a abordagem de saúde escolar não implica mudanças na estrutura curricular nem ampliação da matéria. Neste sentido, a escola juntamente com os professores deve apoiar em algumas técnicas, tais como: 
  • ·         Prática de higiene na escola;
  • ·         Trabalho de grupo;
  • ·         Dramatização;
  • ·          Debate;
  • ·         Histórias (trazer a vida extra-escolar para dentro da sala de aula);
  • ·         Visitas de equipas técnicas de saúde;
  • ·         Jornal de parede.


O CONSUMO SAUDÁVEL COMO FATOR DE SAÚDE E DE BEM-ESTAR
            Já não é novidade que os estilos de vida e os comportamentos relacionados com o consumo, têm repercussões a curto, médio ou longo prazo no bem-estar, e consequentemente, na saúde, dos sujeitos em particular, bem como da sociedade, em geral.
No sentido lato, a palavra consumo se pode resumir meramente a um “acto ou efeito de consumir”.
Porém, somente consumo como “acto ou efeito de consumir” é por assim dizer insuficiente. Pois nós queremos deixar aqui patente que consumo se traduz num acto consciente e de valorização pelo que se consume. Em contra partida, consumo não é somente um acto, mas uma necessidade de quem o faz. No nosso campo de actuação o que queremos é levar os (as) alunos (as) a desenvolverem hábitos de consumo saudáveis, primando sempre pela saúde e com isso o bem-estar pessoal e social, de forma geral. Outro conceito importante é o bem-estar, que é o grau em que cada pessoa julga a qualidade de sua vida favoravelmente como um todo, ou seja, tendo por base a sua interpretação e responsabilidade pelo que ele (a) mesmo (a) a define.
A saúde, como já dissemos, é vista como sendo um estado de bem-estar físico, psíquico e social. (OMS[2] apud SILVA, 2002, p. 22). Não obstante esta definição sabe-se que o conceito de saúde não se resume a isso. Pois nem sempre uma pessoa está em seu completo bem-estar, o que não quer dizer que vive com saúde. Com isso pode-se assumir de antemão a relatividade do conceito de saúde, pois esse conceito reveste de muitas variáveis inerentes à pessoa humana, tais como: os aspectos económicos, sociais, o status, o ambiente social em que vive, ou seja, a sociedade de uma forma geral e também a grau de desenvolvimento do país. Nessa óptica podemos dizer que hoje, mais do que nunca, a preocupação do consumo como forma de satisfazer as necessidades individuais e colectivas torna-se cada vez questionamento de todos (as) de modo abrangente. No mesmo sentido a qualidade de vida é certamente vista como expressão da felicidade, inclusive sob a perspectiva filosófica. Pois o consumo saudável é importante e fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento económico e sustentável de uma sociedade em geral e da sua população no caso específico.
Com isso seria pertinente pensar em possíveis alternativas, ou condições, que tanto as pessoas como as políticas públicas podem fazer para desenvolverem um consumo saudável, em vista de um bem-estar que, de certa forma, dignifica a todos (as), tais como:
  • ·         Melhorar as condições socioeconómicas dos segmentos populacionais mais carentes;
  • ·    Promover a mobilização da comunidade para a construção de um projecto de vida saudável no qual a convivência com o meio ambiente seja integrada, harmoniosa e sustentável.
Estas directrizes apontam a necessidade de elaboração de políticas públicas saudáveis; a criação de meio ambiente que protejam a saúde; o fortalecimento de acções comunitárias; o desenvolvimento de habilidades pessoais; e a reorientação do modelo de atenção e consequentemente dos serviços de saúde. É, enfim, uma maneira de pensar e agir em saúde de forma integrada e multidisciplinar. Com isto o conceito de saúde amplia-se e torna-se um recurso fundamental para o desenvolvimento social, económico e subjectivo, saindo do lugar de objectivo para o de recurso para a vida quotidiana (BRASIL apud PINHEIRO, 2005, p. 6).
Em boa verdade, desde a antiguidade as pessoas sempre se preocuparam em viver e consumir com qualidade. Porém nos dias de hoje essa realidade não está desgarrada do contexto social onde nós vivemos. Hoje com a globalização e com cada vez a disponibilidade de produtos importados e em menor escala os nacionais, a variável consumo saudável como factor de bem-estar se torna uma utopia, na medida em que nem todos conseguem aderir a essa sociedade em constante mutação.
Lançamos aqui um desafio no sentido de que, sendo a escola a alavanca de qualquer sociedade, e é vista como uma instituição onde delegam as funções de educar para uma sociedade onde jovens consumidores, possam desenvolver atitudes conscientes, críticos, questionador, face ao mercado de consumo em constante mutação.
Sabe-se que o consumo está, eminentemente, ligado a aspectos que, de uma forma ou de outra, recaem sempre na saúde. Pois, com isso, é de dizer que a implantação da saúde para todos assume, essencialmente, as dimensões:

·   Reduzir as diferenças entre países e entre grupos socioeconómicos dentro de cada país, assegurando a igualdade perante a saúde;
·         Promover as capacidades individuais relativamente à saúde:
      - Dar mais vida aos anos
      - Dar mais saúde à vida
      - Dar mais anos à vida;
·     Promover comportamentos saudáveis, fornecendo os conhecimentos e motivações indispensáveis a um estilo de vida saudável;
·         Basear o sistema de cuidados nos cuidados de saúde primários, apoiando na cooperação e no trabalho de equipa entre os prestadores de serviços e utentes;
·         Assegurar a qualidade dos cuidados.
Em síntese, pode-se dizer que, tanto antigamente como nos dias de hoje, o consumo reflecte sempre as nossas necessidades. Com isso, é de dizer que, independentemente do que consumimos, terá sempre reflexos positivos ou negativos na nossa saúde. Com mudanças ocorridas no seio da sociedade, de várias ordens, advindo da globalização a preocupação com o consumo tornou-se uma constante.

CUIDADOS A TER COM O CONSUMO DE ALIMENTOS
Para ter uma alimentação saudável, não basta conhecer os nutrientese o valor nutritivo dos alimentos. É necessário saber a melhor maneira de escolher, preparar, conservar e rotular todos os alimentos que vão ser consumidos. Os cuidados com a higiene pessoal, do ambiente e dos próprios alimentos também são essenciais. Todas essas informações são muito importantes para a nossa saúde e precisam ser usadas no nosso dia-a-dia.

COMO ESCOLHER ALIMENTOS
O valor nutritivo dos alimentos depende de muitos factores. Um deles é a época da estação ou da safra (para frutas e vegetais). O cheiro, a cor e a textura dos alimentos também vão influenciar seu valor nutritivo. Tudo isso deve ser observado na hora da escolha e da compra. Para evitar qualquer problema e garantir a compra de um produto saudável, devem ser seguidas as seguintes orientações:

Produtos embalados

·                      Verifica-se o prazo de validade e outras informações que são importantes, como ingredientes utilizados, composição nutricional, modo de conservação e de preparo;
·         A embalagem precisa estar perfeita. Não pode estar estufada, enferrujada, amassada ou rasgada;
·         O produto não deve estar com a cor, cheiro ou consistência alterada. Observar se o local de armazenamento está em boas condições, se as prateleiras estão limpas, os refrigeradores ligados se em temperatura adequada.

Carnes, aves, peixes e ovos

·      Carne bovina e de porco
Quando frescas, são compactas, apresentam gordura branca efirme, cor vermelho-brilhante e cheiro agradável. Não comprese a carne estiver escura ou esverdeada, o cheiro for desagradável e não houver origem determinada. A carne suína própria para o consumo tem consistência firme, não amolecida nem pegajosa. Não adquira carne de porco com pequenas “bolinhas” brancas, parecendo pipoca, pois indicam que o animal foi infectado por cistos de ténia. Não adquira carne suína em feiras livres ou ambulantes, pois esses animais são geralmente provenientes de matadouros clandestinos, sem controlo sanitário, podendo transmitir doenças.

·      Frango e aves
A carne de ave própria para oconsumo deve ter consistênciafirme, cor amarela pálida e ligeiramente rosada. Não pode estar amolecida nem pegajosa. Compre somente miúdos de aves quando convenientementeconservados em sistemas de refrigeração. Não compre carne de ave congelada que apresenta embalagem danificada, cheia de água ou sangue.

·      Ovos
Quando novos têm a casca pouco porosa, bem limpa e semrachaduras. Para saber se o ovo está velho, é só colocá-lo numavasilha com água e sal. Se ele flutuar, é porque está velho. Não use o ovo também se a clara ou gema grudarem na casca, setiver cheiro diferente, podridão ou sabor anormal.

·      Peixe, camarão e mariscos
Estão frescos quando os olhos são arredondados, a guelra évermelha, o cheiro é suave, a pele está brilhante e as escamasfirmes. Se você apertar a carne, ela deve voltar à posição rapidamente. O camarão precisa estar com a cabeça presa ao corpo, a carapaça firme, o olho brilhante e o cheiro agradável.

·      Embutidos (salsicha, linguiça, mortadela, presunto)
A cor deve ser original, sem fungos ou corantes em excesso. Salsicha e linguiça não podem ter bolhas de ar ou apresentar líquidos.

Hortaliças e frutas
As hortaliças e frutas próprias para consumo não devem apresentar:
·           Partes ou casca amolecidas, manchadas, mofadas ou de cor alterada;
·           Polpa amolecida com mofo;
·           Folhas, raízes e talos murchos, mofados ou estragados;
·           Qualquer alteração na cor normal;
·           Qualquer modificação no cheiro característico;
·           Consistência alterada, esponjosa;
·           Perfurações, enrugamento;
·           Excesso ou falta de humidade característica;
·           Prefira as frutas e verduras da estação. Além de mais económicas, conservam melhor os nutrientes.

Para todos os efeitos deve-se saber como comprar: em vez de comprar produtos estrangeiros (que muitas vezes são baratos, possuam químicos nocivos à saúde na sua composição e que não são, na maioria das vezes, transportados nas melhores condições), apostar no consumo de produtos locais com qualidade, bem como na auto-produção de bens alimentares, tais como hortícolas, carnes, legumes, entre outros.

COMO CONSERVAR OS ALIMENTOS
Para que os alimentos sejam conservados da melhor maneira e não estraguem, é preciso prestar atenção nas condições de temperatura, humidade e no local de armazenamento, entre outros factores.

Alimentos não perecíveis
Os alimentos não perecíveis, ou seja, que duram muito tempo, não precisam de refrigeração e podem ser armazenados à temperatura ambiente. O local da armazenagem deve ser arejado, limpo e livre de humidade. A temperatura ideal é de 25ºC (temperatura ambiente). Os alimentos que não precisam de refrigeração são os cereais (arroz, milho, aveia, etc.), grãos (feijão, lentilha, ervilha), farinhas, biscoitos, produtos defumados e desidratados, enlatados e embaladosem vidro, óleos, açúcares, leite em pó, além de produtos em embalagens do tipo “longa vida” (papelão esterilizado). O prazo de validade dos produtos deve ser observado com cuidado.
Para evitar prejuízos, quanto maisperto do prazo de validade estivero produto, mais rápido ele deverá ser usado.

Hortaliças e frutas
As raízes, frutas e tubérculos que não estiverem maduros devem ser guardados em locais secos e livres de insectos. As frutas e hortaliças não podem ficar expostas ao sol. Precisam estar em local fresco e seco ou serem mantidas na geladeira, para que não acabem ressecadas ou apodrecidas. A temperatura ideal para a conservação variade um produto para outro.

Conservação do valor nutritivo dos alimentos
As frutas e verduras perdem valor nutritivo com maior facilidade. Para aproveitar ao máximo os nutrientes desses alimentos, siga as seguintes recomendações:

  • ·         Frutas e verduras devem ser consumidas quando estiverem bem frescas. Com o amadurecimento e o tempo de armazenamento, os nutrientes vão se perdendo. Prefira as frutas e verduras da estação, pois, além de mais económicas, conservam melhor os nutrientes nessa época;
  • ·       O ideal é que esses alimentos sejam consumidos inteiros ou em pedaços. Quando frutas e verduras são batidas no liquidificador,algumas vitaminas, como a vitamina C, são perdidas;
  • ·         Ao cozinhar as verduras, mantenha a tampa da panela fechada. O melhor é prepará-las no vapor;
  • ·         Não cozinhe demais os alimentos, principalmente os vegetais.Tente aproveitar a água que sobrou da confecção anterior, na preparaçãode outro prato, como arroz, sopas, cozidos ou sucos;
  • ·         Não coloque nenhuma substância para realçar a cor dos vegetais(como bicarbonato de sódio), pois isso provoca perdas de vitaminas e de minerais;
  • ·         Não submeta nenhum alimento a temperaturas elevadas. Prefira o fogo brando;
  • ·         Conserve os alimentos de maneira adequada.


IMPORTÂNCIA DA HIGIENE DOS ALIMENTOS
Os aspectos sanitários vêm sendo bastante discutidos e salientados por profissionais de saúde, pelo governo, e até mesmo pela população em geral, que actualmente está mais atenta e preocupada com as condições higiénicas dos alimentos, do ambiente e do pessoal envolvidos no preparo de refeições. Assim, é cada vez maior a cobrança para que sejam cumpridas as normas de higiene estabelecidas por órgãos competentes.
A higiene dos alimentos depende de muitos factores, tais como higiene pessoal e do ambiente; características dos alimentos; condições de conservação e de preparo, entre outros. As pessoas que trabalham com o preparo de alimentos, isto é, os manipuladores de alimentos, estão diariamente em contacto com outras pessoas que podem apresentar microorganismos causadores de doenças. Podem ser doenças de forma aparente, como a gripe, ou de forma inaparente, como em portadores de febre tifóide.
Por isso mesmo, os manipuladores precisam se proteger mantendo activa a resistência normal de seu organismo através de medidas preventivas e hábitos higiénicos. Os microorganismos causadores de doenças aproveitam as situações de falhas sanitárias no manuseio de alimentos para determinarem doença no homem.
Assim, quando se tem o cuidado de tomar uma série de medidas higiénicas, é possível prevenir a transmissão de diversos tipos de doenças, permitindo o bem-estar de crianças e adultos.
Na hora de escolher e consumir um alimento, não é só o valor nutritivo que conta. É muito importante observar as condições de higiene em que ele se encontra. Caso contrário, o alimento pode contribuir para o aparecimento de doenças ou até mesmo a morte. A Organização Mundial da Saúde (citado por Idec, 2002, p. 22) recomenda o seguinte, na preparação e consumo de alimentos:

  • ·       Tocar nos alimentos apenas antes de cozinhá-los ou na hora de lavá-los (e com as mãos bem limpas!);
  • ·             Beber somente água filtrada ou fervida;
  • ·         Lavar muito bem as verduras, legumes e frutas, usando sabão,gotas de água sanitária, ou vinagre e água corrente, se possível filtrada ou fervida;
  • ·         Fazer a comida perto do horário de servi-la;
  • ·         Não comprar ovos, frango e leite de origem clandestina;
  • ·       Cozinhar bem os alimentos. Carnes, aves e peixes devem sercozidos em temperatura superior a 70º C, para eliminar a maior parte das contaminações. Os alimentos que estiveremcongelados devem ser muito bem descongelados antes de serem preparados e cozidos;
  • ·  Fazer a quantia certa para evitar sobras. Quando a comida esfriaà temperatura ambiente, os microrganismos começam a proliferar e a comida pode estragar;
  • ·    Guardar sobras com muito cuidado. As sobras de alimentos devemser guardadas na geladeira, em temperatura igual ou inferior a 10º C. No caso de comida de criança, o melhor é nãoguardar. Todo alimento na geladeira deve estar embalado ou acondicionado em pote fechado;
  • ·       Aquecer bem os alimentos que foram refrigerados. O ideal émexer, misturar para aquecer por igual, juntando água, se possível, para permitir a fervura que mata os micróbios;
  • ·        Não misturar alimentos crus com cozidos. Quando se corta umfrango cru, por exemplo, deve-se lavar muito bem a faca e atábua antes de cortar a ave cozida ou assada;
  • ·        Evitar o uso de tábuas de madeira e colheres de pau. É melhorusar tábuas de polietileno e colheres de plástico resistente;
  • ·       Proteger alimentos de insectos e animais. Eles transportam micróbiosque causam doenças. O ideal é guardar os alimentos em vasilhas fechadas;
  • ·         Não falar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos;
  • ·         Ler com atenção o rótulo do alimento;
  • ·         Verificar o prazo de validade;
  • ·         Conservar em local apropriado.



CUIDADOS A TER NO CONSUMO DE MEDICAMENTOS
De acordo com o Idec (2002, p. 29), os medicamentos servem para curar enfermidades e aliviar os sintomas. Mas se forem ingeridos de forma incorrecta, podem ser nocivos à saúde.
Os medicamentos estão sujeitos a possíveis falsificações, por isso só devem ser adquiridas em farmácias, observando alguns cuidados a seguir descritos:
  • Na rotulagem, verificar sempre as informações básicas como data de fabricação, validade, número de lote, nome e registro do técnico responsável, registro do medicamento no Ministério da Saúde e a identificação do fabricante;
  • Na embalagem externa, observar a qualidade da impressão, como rasgos, rasuras ou informações apagadas e/ou raspadas;
  • Observar também se os dados da embalagem conferem com os do frasco ou cartela do produto. Caso isso não ocorra, não compre o medicamento e denuncie às autoridades competentes;
  • Os remédios devem sempre estar lacrados, principalmente soros e xaropes;
  • Se o medicamento em questão é utilizado pelo indivíduo há algum tempo, verificar também as características do produto (cor, cheiro, aparência);
  • Guardar sempre os comprovantes de compra e as embalagens interna e externa dos produtos – eles são a sua garantia no caso de algum problema.
Há alguns medicamentos que não estão sujeitos a prescrição médica, mas há outros que só devem ser consumidos mediante uma prescrição médica. Contudo, há pessoas que se arriscam a se automedicarem, sem antes conhecerem os aspectos negativos deste acto, tais como:
  • ·         Diagnóstico incorrecto do distúrbio da saúde;
  • ·         Escolha de terapia inadequada;
  • ·         Dosagem inadequada ou excessiva;
  • ·         Risco de dependência;
  • ·         Possibilidade de efeitos indesejados;
  • ·         Administração incorrecta de um medicamento;
  • ·         Possibilidade de reacções alérgicas;
  • ·         Incapacidade de reconhecer riscos farmacológicos especiais;
  • ·         Desconhecimento de possíveis interacções com outros medicamentos;
  • ·         Armazenamento incorrecto ou por tempo excessivamente longo do medicamento.

O paciente deve ter o conhecimento de que medicamentos da medicina tradicional (como por exemplo, chás) embora sejam naturais e capazes de prevenir e curar enfermidades podem não ser eficazes e adequados em alguns casos, devendo o paciente consultar sempre um médico. Deve também seguir o posologia e o modo de administração do medicamento prescrito pelo médico, bem como comunicá-lo sobre qualquer alteração inesperada após tomar determinado medicamento. Nesta linha de idéias, deve também o paciente, conhecer os efeitos secundário-colaterais do medicamento indicado pelo médico.
Existem dois tipos de medicamentos: os de marca ou originais e os genéricos. Os medicamentos originais, também conhecidos como de referência ou marca comercial, são aqueles fabricados pelos laboratórios que desenvolveram sua fórmula. Já os genéricos são medicamentos que têm, comprovadamente, a mesma eficácia terapêutica dos originais, a mesma substância activa, a mesma fórmula farmacêutica, dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. (Idec, 2002).
Normalmente, o medicamento genérico é mais barato porque os fabricantes de genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o período de protecção de patente dos originais, não precisam investir em pesquisas e refazer os estudos clínicos que dão cobertura aos efeitos colaterais, que são os custos inerentes à investigação e descoberta de novos medicamentos, visto que estes estudos já foram realizados para a aprovação do medicamento pela indústria que primeiramente obtinha a patente. Assim, podem vender medicamentos genéricos com a mesma qualidade do original que detinha a patente a um preço mais baixo. (Idem).


PLANO DE SESSÃO PRÁTICA
Para colocar em prática o trabalho, desenvolveremos um conjunto de actividades com alunos (as) de uma turma do 8º Ano de escolaridade, da Escola Salesiana.

Competências a desenvolver nos alunos:
·         Desenvolver o senso de responsabilidade no consumo;
·         Levar os (as) alunos (as) a reflectirem sobre os seus comportamentos no que diz respeito ao consumo;
·         Habilitar os (as) alunos (as) de estratégias para conhecerem e distinguirem os produtos (alimentos e medicamentos) com qualidade;
·         Levar os (as) discentes a desenvolverem estilos de vida saudável;
·         Conhecer as repercussões do consumo da saúde e no bem-estar;
·         Conhecer os cuidados que se deve ter na escolha/compra e consumo de alimentos e medicamentos.

Com base em metodologias activas, pretendemos trabalhar a temática Consumo e saúde, adoptando o seguinte plano de actividades:

Dia
Actividades
Recursos
1º dia
·         Familiarização dos elementos do grupo com a turma;
·         Enquadramento do tema Consumo e Saúde;
·         Divisão da turma em pequenos grupos de trabalho;
·         Distribuiçao de tarefas por grupos.



·         Papel cartolina
·         Tesoura
·         Marcadores

2º dia
·         Elaboração de um painel, que contém cartazes que abordam diferentes subtemas do trabalho;
·         Preparação de uma pequena dramatização sobre a problemática do consumo de medicamentos.
3º dia
·         Finalização das actividades;
·         Ensaio prévio das actividades desenvolvidas a serem apresentadas na nossa instituição.

Avaliação das actividades:
·         Avaliação contínua: observação do envolvimento e participação dos (as) aluno (as) nas actividades.



CONCLUSÃO
A saúde é um factor essencial e contribui para o bem-estar das pessoas, tornando-as aptas para realizarem os seus objectivos, desenvolverem as suas capacidades e competências. Sendo a saúde um bem, não se deve preocupar com ela apenas quando se está doente, mas sobretudo promove-la no sentido prevenir as doenças adoptando hábitos e comportamentos saudáveis
Para se defender dos riscos relacionados aos alimentos, o consumidor deve estar atento e informado sobre os seus direitos e adoptar uma postura activa, ou seja, exigir que sejam respeitados, cobrando isso das empresas e do governo.  
Sendo a saúde da população, em geral, resultado da interacção de um conjunto diversificado de determinantes individuais, sociais, e ambientais, a respectiva promoção e protecção é uma responsabilidade partilhada por diversos sectores, através da acção concertada dos profissionais de saúde, de educação com os de outras áreas, tais como técnicos de serviço social, autarcas, juristas, entre outros. (SILVA, L., 2002, p. 138).
O espaço da escola poderá desempenhar um papel decisivo acerca da vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes, na prevenção de doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e responsabilidades e na identificação das informações importantes. Conhecendo e exercendo os seus direitos, os alunos certamente influenciarão o comportamento da família e dos amigos.
Contudo, este trabalho não é o produto final de uma investigação, não é algo que pode ser feito facilmente, exige interacção, dedicação, muita responsabilidade e conhecimentos interdisciplinares. Portanto, não deixa de ser um assunto que pode ser alvo de maior aprofundamento no futuro, tendo em conta as constantes modificações na sociedade actual.


REFERÊNCIAS
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SILVA, F. L. (Org.). (2002). Promoção da Saúde. Lisboa: Universidade Aberta.





[1] EPS: Abreviatura da expressão Educação para a Saúde.
[2]OMS: Organização Mundial da Saúde.