Tema: Consumo e Saúde: qualidade e segurança dos produtos de consumo (alimentos e medicamentos).
Trabalho
realizado na disciplina: "Metodologia de ensino das disciplinas de
desenvolvimento pessoal e social II"
Autores: Admilson Pires, Allan Lima, Elton Sequeira, Lucilene Pires & Mª Fernanda Chantre
Mindelo, Dezembro 2013
______________________________________(...)________________________________________
INTRODUÇÃO
As
mudanças rápidas e os riscos potenciais do consumismo a que se assiste na
sociedade actual tornam um imperativo para quem é consumidor, para que ele
tenha em consideração e reflicta sobre as consequências das suas opções, no que
se refere ao consumo, na sua saúde.
A
saúde e a segurança do indivíduo estão cada vez mais ligadas ao consumo, seja
pela ingestão de alimentos, bem como de medicamentos. É preciso estar sempre
atento às informações disponíveis e ter bastante cuidado ao consumir. Nisso, a
educação para o consumo é a fórmula preventiva mais eficaz para garantir a
saúde e a segurança no consumo.
Nesse
sentido, o tema em questão – Consumo e
Saúde -, é pertinente socialmente na medida em que desenvolve no educando
uma melhor formação da sua personalidade, com atitudes voltadas para a
responsabilidade social, capacitando-o para o desenvolvimento de comportamentos
que possam assegurar a saúde e segurança, bem como hábitos de consumo que são
nocivos ao consumidor.
O
espaço da escola poderá desempenhar um papel decisivo na discussão acerca da
vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes, na prevenção de
doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e
responsabilidades, na identificação das informações importantes.
Metodologia de Trabalho
No
trabalho utilizamos como recurso metodológico algumas fontes de pesquisa bibliográficas,
mas baseamos sobretudo em fontes Web gráficas (devidamente citadas e
referidas), devido à escassez de outros documentos de análise que retratam o
tema.
Começamos por esclarecer alguns conceitos tais como, saúde, consumo e qualidade, em
seguida abordamos o
porquê da Educação para a Saúde no Ensino Secundário, bem como as estratégias
curriculares e metodologias a utilizar. Posteriormente, retratamos a problemática do consumo como factor de
saúde e bem-estar, e por fim, os cuidados que se deve ter com o consumo de
alimentos e de medicamentos.
O
trabalho conta com uma vertente prática, a qual se encontra descrita no plano
de sessão prática do mesmo.
Objectivos do trabalho
·
Analisar as implicações do consumo de
alimentos e de medicamentos na nossa saúde;
·
Compreender a importância do consumo
saudável enquanto factor de saúde e bem-estar;
·
Relacionar consumo e saúde;
·
Demonstrar o porquê da EPS no Ensino
Secundário;
·
Levar os alunos a reflectirem sobre as
suas práticas no dia-a-dia;
·
Levar o público a ter uma noção básica
do tema;
·
Lançar bases para futuros aprofundamentos
da temática em questão.
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
CONCEITOS
BÁSICOS
SAÚDE
Durante muito tempo a saúde foi
considerada como o oposto da doença, sendo esta conceptualizada
considerando-se, exclusivamente, as perturbações físicas ou biológicas e
encarada como um acontecimento acidental, que atinja o organismo, sem haver
possibilidade de desencadear qualquer tipo de reacção que a pudesse evitar (LARREA
& PLANA, 1993), citado por CARVALHO, 2007
Em 1946 a
Organização Mundial de Saúde (OMS) o definiu como “um estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não apenas a ausência de enfermidade”, sendo considerada não
apenas um bem individual, mas também colectivo.
A frágil dinâmica que se estabelece entre a saúde e a doença depende de
múltiplos factores que determinam os hábitos de vida de cada pessoa: o tipo de
alimentação, a prática ou não de exercícios físicos, os cuidados com o corpo, o
cuidado com produtos consumidos, a adopção de medidas que previnam os acidentes
de consumo causados por produtos inseguros, entre outros. A saúde está directa
ou indirectamente relacionada aos nossos hábitos de vida e de consumo, e a
segurança dos produtos e serviços que utilizamos é um factor importante a ser
considerado.
CONSUMO
É a acção pela qual as pessoas
adquirem e/ ou utilizam para o seu bem-estar individual ou familiar e de forma
adequada à natureza do objecto, os bens e serviços que estão á sua disposição
no mercado. Este consumo é sempre consumo final, em contraposição à utilização
de consumos intermédios ou até de matérias-primas. (Instituto Brasileiro do
Consumidor, 2002).
Pode-se afirmar que o consumo é um acto
individual e de responsabilidade social, aceitando a existência de consequências
sociais e ecológicas, desequilibrantes do mesmo, que devem ser corrigidas.
QUALIDADE
A qualidade é considerada universalmente como algo que afecta a vida das
organizações e a vida de cada um de nós de forma positiva. (Library
Association, 1994 in Gomes, 2004, citado por CRATO, 2010).
A busca pela qualidade tem vindo a assumir-se como condição essencial,
numa era em que os consumidores são cada vez mais exigentes, valorizando a
saúde nas decisões de consumo e aumento da demanda por produtos e serviços
orientados a uma vida saudável. A demanda por um consumo responsável e de
qualidade aumenta a consciencialização sócio-ambiental do consumidor e
intensifica as exigências éticas e de eficiência no processo produtivo;
O
PORQUÊ DA EPS [1]
NO ENSINO SECUNDÁRIO
A EPS nessa faixa etária é de suma importância
porque para muitos alunos, é a única oportunidade de aprender e cuidar da
saúde. Segundo o Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor [Idec] (2002, p. 8),
O espaço da
escola poderá desempenhar um papel decisivo na discussão acerca da
vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes na prevenção de
doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e
responsabilidades, na identificação das informações importantes. Conhecendo e
exercendo os seus direitos, os alunos certamente influenciarão o comportamento
da família e dos amigos.
Ao ensinarmos, não esqueçamos que só se aprende
realmente através da prática. Se só se ouvirem, esquecem, se verem, lembram-se,
se fizerem, aprendem, sabem.(Adaptado de um ditado chinês).
Segundo Sanmarti (1998) referido no manual do
Programa Nacional de Saúde Escolar (2011, p. 6), da mesma forma que um(a)
aluno(a) aprende na escola, os conhecimentos científicos e os hábitos sociais
que lhe permitirão enfrentar os problemas da vida na comunidade, também deve
adquirir os conhecimentos e os hábitos higiénicos e de saúde em geral, que lhe
permitirão alcançar o maior grau possível de saúde física, mental e social.
Partindo desses pressupostos e, actualmente,
consenso generalizado da pertinência da introdução da Educação para a saúde nos
currículos do ensino secundário, pelas múltiplas vantagens que incorporam na
formação pessoal e social dos adolescentes, na perspectiva de educação/formação
para a vida. Entre as inúmeras vantagens, estudos têm realçado o seguinte:
· - A educação para a saúde revela eficácia
e perenidadequando é feita por profissionais da educação capazes de fazer abordagens
pedagógicas adaptadas ao nível do desenvolvimento do aluno e ao contexto
socio-económico e cultural da sua vivência;
· - A escola é o espaço onde o programa de
educação para a saúde encontra maior abrangência do seu público-alvo, ganhando
a sua universalidade;
· - As raízes do comportamento sanitário do
ser humano situam-se na infância e na adolescência. As crianças e os adolescentes
são mais receptíveis às aprendizagens e assimilação de valores e práticas de
vida saudável.
Essa fase de vida
humana constitui um terreno fértil, onde os (as) docentes podem cultivar os
valores, atitudes e comportamentos, pois estão na fase do pleno desenvolvimento
físico, mental e social.
Que estratégias curriculares e metodologias a utilizar
no ensino da EPS
Uma das propostas
interessantes é a abordagem transversal das matérias da Educação para a saúde.
Nisso, todas ou grande parte das áreas de conhecimento contribuem, ainda de que
em diferentes medidas, ao desenvolvimento dos conteúdos relacionados com a
saúde.Na Educação para a saúde o professor não trabalha isolado, mas sim em
integração, onde entra a colaboração da equipa docente, segundo programa EPS
escolar, (GAVIDEA & RODES, 1996 citado no Manual do Programa Nacional de
Saúde Escolar, 2011, p. 7).
Mas para alcançar essa
transversalidade do ensino-aprendizagem dos conteúdos da Educação para a saúde
direccionados para as competências que os adolescentes devem adquirir, implica
o cumprimento de estratégias pedagógicas e metodologias fundamentais. Na
escola, as metodologias devem fornecer ao aluno, enquanto consumidor, o
conhecimento dos aspectos práticos e éticos das escolhas que faz, na medida em
que, saber fazer escolhas entre as várias alternativas é uma capacidade
fundamental para todos os aspectos da vida.
Segundo Silva (2002, p.
137), a criação de condições para o desenvolvimento das crianças e dos jovens
exige harmonia na educação dos vários agentes que para ela concorrem. Nesta
perspectiva, a intervenção em programas e projectos em saúde dos adolescentes
pode ser mais efectiva quando se assegura a participação intersectorial
envolvendo profissionais da saúde, das associações de defesa do consumidor, da
educação, bem como a família, as comunidades religiosas, de animação
comunitária, do serviço social ou dos meios de comunicação social.
O desenvolvimento dos
saberes sobre a saúde escolar deve ter em conta particularidades de cada faixa
etária, estabelecendo a relação entre os conteúdos abordados com os problemas
do quotidiano da turma, na escola e em casa.
Nas actividades ou
aulas que visam a Educação para a saúde é importante ter em conta os valores,
as atitudes, os comportamentos, os hábitos, as normas e conceitos relevantes
para a população escolar.Lembremos de que os hábitos só são adquiridos e
interiorizados, se a sua aplicação for sistemática. Durante a abordagem, o
professor deve utilizar metodologias activas, reduzindo as aulas expositivas, visto
que se trata de um dos meios mais eficazes para a aprendizagem e a aquisição de
competências.
É de salientar que a
abordagem de saúde escolar não implica mudanças na estrutura curricular nem
ampliação da matéria. Neste sentido, a escola juntamente com os professores
deve apoiar em algumas técnicas, tais como:
- · Prática de higiene na escola;
- · Trabalho de grupo;
- · Dramatização;
- · Debate;
- · Histórias (trazer a vida extra-escolar para dentro da sala de aula);
- · Visitas de equipas técnicas de saúde;
- · Jornal de parede.
O CONSUMO SAUDÁVEL COMO FATOR DE
SAÚDE E DE BEM-ESTAR
Já não é
novidade que os estilos de vida e os comportamentos relacionados com o consumo,
têm repercussões a curto, médio ou longo prazo no bem-estar, e
consequentemente, na saúde, dos sujeitos em particular, bem como da sociedade,
em geral.
No sentido lato, a
palavra consumo se pode resumir meramente a um “acto ou efeito de consumir”.
Porém, somente consumo como “acto ou efeito de
consumir” é por assim dizer insuficiente. Pois nós queremos deixar aqui patente
que consumo se traduz num acto consciente e de valorização pelo que se consume.
Em contra partida, consumo não é somente um acto, mas uma necessidade de quem o
faz. No nosso campo de actuação o que queremos é levar os (as) alunos (as) a
desenvolverem hábitos de consumo saudáveis, primando sempre pela saúde e com
isso o bem-estar pessoal e social, de forma geral. Outro conceito importante é
o bem-estar, que é o grau em que cada pessoa julga a qualidade de sua vida
favoravelmente como um todo, ou seja, tendo por base a sua interpretação e
responsabilidade pelo que ele (a) mesmo (a) a define.
A saúde, como já
dissemos, é vista como sendo um estado de bem-estar físico, psíquico e social.
(OMS[2]
apud SILVA, 2002, p. 22). Não obstante esta definição sabe-se que o conceito de
saúde não se resume a isso. Pois nem sempre uma pessoa está em seu completo
bem-estar, o que não quer dizer que vive com saúde. Com isso pode-se assumir de
antemão a relatividade do conceito de saúde, pois esse conceito reveste de
muitas variáveis inerentes à pessoa humana, tais como: os aspectos económicos,
sociais, o status, o ambiente social em que vive, ou seja, a sociedade de uma
forma geral e também a grau de desenvolvimento do país. Nessa óptica podemos
dizer que hoje, mais do que nunca, a preocupação do consumo como forma de
satisfazer as necessidades individuais e colectivas torna-se cada vez
questionamento de todos (as) de modo abrangente. No mesmo sentido a qualidade
de vida é certamente vista como expressão da felicidade, inclusive sob a
perspectiva filosófica. Pois o consumo saudável é importante e fundamental para
o bem-estar e o desenvolvimento económico e sustentável de uma sociedade em
geral e da sua população no caso específico.
Com isso seria
pertinente pensar em possíveis alternativas, ou condições, que tanto as pessoas
como as políticas públicas podem fazer para desenvolverem um consumo saudável,
em vista de um bem-estar que, de certa forma, dignifica a todos (as), tais
como:
- · Melhorar as condições socioeconómicas dos segmentos populacionais mais carentes;
- · Promover a mobilização da comunidade para a construção de um projecto de vida saudável no qual a convivência com o meio ambiente seja integrada, harmoniosa e sustentável.
Estas directrizes apontam a necessidade de
elaboração de políticas públicas saudáveis; a criação de meio ambiente que
protejam a saúde; o fortalecimento de acções comunitárias; o desenvolvimento de
habilidades pessoais; e a reorientação do modelo de atenção e consequentemente
dos serviços de saúde. É, enfim, uma maneira de pensar e agir em saúde de forma
integrada e multidisciplinar. Com isto o conceito de saúde amplia-se e torna-se
um recurso fundamental para o desenvolvimento social, económico e subjectivo,
saindo do lugar de objectivo para o de recurso para a vida quotidiana (BRASIL
apud PINHEIRO, 2005, p. 6).
Em boa verdade, desde a
antiguidade as pessoas sempre se preocuparam em viver e consumir com qualidade.
Porém nos dias de hoje essa realidade não está desgarrada do contexto social
onde nós vivemos. Hoje com a globalização e com cada vez a disponibilidade de
produtos importados e em menor escala os nacionais, a variável consumo saudável
como factor de bem-estar se torna uma utopia, na medida em que nem todos
conseguem aderir a essa sociedade em constante mutação.
Lançamos aqui um
desafio no sentido de que, sendo a escola a alavanca de qualquer sociedade, e é
vista como uma instituição onde delegam as funções de educar para uma sociedade
onde jovens consumidores, possam desenvolver atitudes conscientes, críticos,
questionador, face ao mercado de consumo em constante mutação.
Sabe-se que o consumo
está, eminentemente, ligado a aspectos que, de uma forma ou de outra, recaem
sempre na saúde. Pois, com isso, é de dizer que a implantação da saúde para
todos assume, essencialmente, as dimensões:
· Reduzir as diferenças entre países e
entre grupos socioeconómicos dentro de cada país, assegurando a igualdade
perante a saúde;
·
Promover as capacidades individuais
relativamente à saúde:
- Dar mais vida aos anos
- Dar mais saúde à vida
- Dar mais anos à vida;
· Promover comportamentos saudáveis,
fornecendo os conhecimentos e motivações indispensáveis a um estilo de vida
saudável;
·
Basear o sistema de cuidados nos
cuidados de saúde primários, apoiando na cooperação e no trabalho de equipa
entre os prestadores de serviços e utentes;
·
Assegurar a qualidade dos cuidados.
Em
síntese, pode-se dizer que, tanto antigamente como nos dias de hoje, o consumo
reflecte sempre as nossas necessidades. Com isso, é de dizer que,
independentemente do que consumimos, terá sempre reflexos positivos ou
negativos na nossa saúde. Com mudanças ocorridas no seio da sociedade, de
várias ordens, advindo da globalização a preocupação com o consumo tornou-se
uma constante.
CUIDADOS A TER COM O CONSUMO DE ALIMENTOS
Para ter uma alimentação saudável, não basta
conhecer os nutrientese o valor nutritivo dos alimentos. É necessário saber a
melhor maneira de escolher, preparar, conservar e rotular todos os alimentos
que vão ser consumidos. Os cuidados com a higiene pessoal, do ambiente e dos
próprios alimentos também são essenciais. Todas essas informações são muito
importantes para a nossa saúde e precisam ser usadas no nosso dia-a-dia.
COMO
ESCOLHER ALIMENTOS
O valor nutritivo dos alimentos depende de muitos
factores. Um deles é a época da estação ou da safra (para frutas e vegetais). O
cheiro, a cor e a textura dos alimentos também vão influenciar seu valor
nutritivo. Tudo isso deve ser observado na hora da escolha e da compra. Para
evitar qualquer problema e garantir a compra de um produto saudável, devem ser
seguidas as seguintes orientações:
Produtos
embalados
· Verifica-se o prazo de validade e outras
informações que são importantes, como ingredientes utilizados, composição nutricional,
modo de conservação e de preparo;
·
A embalagem precisa estar perfeita. Não
pode estar estufada, enferrujada, amassada ou rasgada;
·
O produto não deve estar com a cor,
cheiro ou consistência alterada. Observar se o local de armazenamento está em
boas condições, se as prateleiras estão limpas, os refrigeradores ligados se em
temperatura adequada.
Carnes,
aves, peixes e ovos
·
Carne bovina e de porco
Quando frescas, são compactas, apresentam gordura
branca efirme, cor vermelho-brilhante e cheiro agradável. Não comprese a carne
estiver escura ou esverdeada, o cheiro for desagradável e não houver origem
determinada. A carne suína própria para o consumo tem consistência firme, não
amolecida nem pegajosa. Não adquira carne de porco com pequenas “bolinhas”
brancas, parecendo pipoca, pois indicam que o animal foi infectado por cistos
de ténia. Não adquira carne suína em feiras livres ou ambulantes, pois esses
animais são geralmente provenientes de matadouros clandestinos, sem controlo
sanitário, podendo transmitir doenças.
·
Frango e aves
A carne de ave própria para oconsumo deve ter
consistênciafirme, cor amarela pálida e ligeiramente rosada. Não pode estar
amolecida nem pegajosa. Compre somente miúdos de aves quando
convenientementeconservados em sistemas de refrigeração. Não compre carne de
ave congelada que apresenta embalagem danificada, cheia de água ou sangue.
·
Ovos
Quando novos têm a casca pouco porosa, bem limpa e
semrachaduras. Para saber se o ovo está velho, é só colocá-lo numavasilha com
água e sal. Se ele flutuar, é porque está velho. Não use o ovo também se a
clara ou gema grudarem na casca, setiver cheiro diferente, podridão ou sabor
anormal.
·
Peixe, camarão e mariscos
Estão frescos quando os olhos são arredondados, a
guelra évermelha, o cheiro é suave, a pele está brilhante e as escamasfirmes.
Se você apertar a carne, ela deve voltar à posição rapidamente. O camarão
precisa estar com a cabeça presa ao corpo, a carapaça firme, o olho brilhante e
o cheiro agradável.
·
Embutidos (salsicha, linguiça,
mortadela, presunto)
A cor deve ser original, sem fungos ou corantes em
excesso. Salsicha e linguiça não podem ter bolhas de ar ou apresentar líquidos.
Hortaliças
e frutas
As hortaliças e frutas próprias para consumo não
devem apresentar:
·
Partes ou casca amolecidas, manchadas,
mofadas ou de cor alterada;
·
Polpa amolecida com mofo;
·
Folhas, raízes e talos murchos, mofados
ou estragados;
·
Qualquer alteração na cor normal;
·
Qualquer modificação no cheiro
característico;
·
Consistência alterada, esponjosa;
·
Perfurações, enrugamento;
·
Excesso ou falta de humidade
característica;
·
Prefira as frutas e verduras da estação.
Além de mais económicas, conservam melhor os nutrientes.
Para todos os efeitos deve-se saber
como comprar: em vez de comprar produtos estrangeiros (que muitas vezes são
baratos, possuam químicos nocivos à saúde na sua composição e que não são, na
maioria das vezes, transportados nas melhores condições), apostar no consumo de
produtos locais com qualidade, bem como na auto-produção de bens alimentares,
tais como hortícolas, carnes, legumes, entre outros.
COMO CONSERVAR
OS ALIMENTOS
Para
que os alimentos sejam conservados da melhor maneira e não estraguem, é preciso
prestar atenção nas condições de temperatura, humidade e no local de
armazenamento, entre outros factores.
Alimentos
não perecíveis
Os alimentos não perecíveis, ou seja, que duram
muito tempo, não precisam de refrigeração e podem ser armazenados à temperatura
ambiente. O local da armazenagem deve ser arejado, limpo e livre de humidade. A
temperatura ideal é de 25ºC (temperatura ambiente). Os alimentos que não
precisam de refrigeração são os cereais (arroz, milho, aveia, etc.), grãos
(feijão, lentilha, ervilha), farinhas, biscoitos, produtos defumados e
desidratados, enlatados e embaladosem vidro, óleos, açúcares, leite em pó, além
de produtos em embalagens do tipo “longa vida” (papelão esterilizado). O prazo
de validade dos produtos deve ser observado com cuidado.
Para evitar prejuízos, quanto maisperto do prazo de
validade estivero produto, mais rápido ele deverá ser usado.
Hortaliças
e frutas
As raízes, frutas e tubérculos que não estiverem
maduros devem ser guardados em locais secos e livres de insectos. As frutas e
hortaliças não podem ficar expostas ao sol. Precisam estar em local fresco e
seco ou serem mantidas na geladeira, para que não acabem ressecadas ou
apodrecidas. A temperatura ideal para a conservação variade um produto para
outro.
Conservação
do valor nutritivo dos alimentos
As frutas e verduras perdem valor
nutritivo com maior facilidade. Para aproveitar ao máximo os nutrientes desses
alimentos, siga as seguintes recomendações:
- · Frutas e verduras devem ser consumidas quando estiverem bem frescas. Com o amadurecimento e o tempo de armazenamento, os nutrientes vão se perdendo. Prefira as frutas e verduras da estação, pois, além de mais económicas, conservam melhor os nutrientes nessa época;
- · O ideal é que esses alimentos sejam consumidos inteiros ou em pedaços. Quando frutas e verduras são batidas no liquidificador,algumas vitaminas, como a vitamina C, são perdidas;
- · Ao cozinhar as verduras, mantenha a tampa da panela fechada. O melhor é prepará-las no vapor;
- · Não cozinhe demais os alimentos, principalmente os vegetais.Tente aproveitar a água que sobrou da confecção anterior, na preparaçãode outro prato, como arroz, sopas, cozidos ou sucos;
- · Não coloque nenhuma substância para realçar a cor dos vegetais(como bicarbonato de sódio), pois isso provoca perdas de vitaminas e de minerais;
- · Não submeta nenhum alimento a temperaturas elevadas. Prefira o fogo brando;
- · Conserve os alimentos de maneira adequada.
IMPORTÂNCIA DA
HIGIENE DOS ALIMENTOS
Os
aspectos sanitários vêm sendo bastante discutidos e salientados por
profissionais de saúde, pelo governo, e até mesmo pela população em geral, que
actualmente está mais atenta e preocupada com as condições higiénicas dos
alimentos, do ambiente e do pessoal envolvidos no preparo de refeições. Assim,
é cada vez maior a cobrança para que sejam cumpridas as normas de higiene
estabelecidas por órgãos competentes.
A higiene dos alimentos depende de muitos factores,
tais como higiene pessoal e do ambiente; características dos alimentos;
condições de conservação e de preparo, entre outros. As pessoas que trabalham
com o preparo de alimentos, isto é, os manipuladores de alimentos, estão diariamente
em contacto com outras pessoas que podem apresentar microorganismos causadores
de doenças. Podem ser doenças de forma aparente, como a gripe, ou de forma
inaparente, como em portadores de febre tifóide.
Por isso mesmo, os manipuladores precisam se
proteger mantendo activa a resistência normal de seu organismo através de
medidas preventivas e hábitos higiénicos. Os microorganismos causadores de
doenças aproveitam as situações de falhas sanitárias no manuseio de alimentos
para determinarem doença no homem.
Assim, quando se tem o cuidado de tomar uma série de
medidas higiénicas, é possível prevenir a transmissão de diversos tipos de
doenças, permitindo o bem-estar de crianças e adultos.
Na hora de escolher e consumir um alimento, não é só
o valor nutritivo que conta. É muito importante observar as condições de
higiene em que ele se encontra. Caso contrário, o alimento pode contribuir para
o aparecimento de doenças ou até mesmo a morte. A Organização Mundial da Saúde
(citado por Idec, 2002, p. 22) recomenda o seguinte, na preparação e consumo de
alimentos:
- · Tocar nos alimentos apenas antes de cozinhá-los ou na hora de lavá-los (e com as mãos bem limpas!);
- · Beber somente água filtrada ou fervida;
- · Lavar muito bem as verduras, legumes e frutas, usando sabão,gotas de água sanitária, ou vinagre e água corrente, se possível filtrada ou fervida;
- · Fazer a comida perto do horário de servi-la;
- · Não comprar ovos, frango e leite de origem clandestina;
- · Cozinhar bem os alimentos. Carnes, aves e peixes devem sercozidos em temperatura superior a 70º C, para eliminar a maior parte das contaminações. Os alimentos que estiveremcongelados devem ser muito bem descongelados antes de serem preparados e cozidos;
- · Fazer a quantia certa para evitar sobras. Quando a comida esfriaà temperatura ambiente, os microrganismos começam a proliferar e a comida pode estragar;
- · Guardar sobras com muito cuidado. As sobras de alimentos devemser guardadas na geladeira, em temperatura igual ou inferior a 10º C. No caso de comida de criança, o melhor é nãoguardar. Todo alimento na geladeira deve estar embalado ou acondicionado em pote fechado;
- · Aquecer bem os alimentos que foram refrigerados. O ideal émexer, misturar para aquecer por igual, juntando água, se possível, para permitir a fervura que mata os micróbios;
- · Não misturar alimentos crus com cozidos. Quando se corta umfrango cru, por exemplo, deve-se lavar muito bem a faca e atábua antes de cortar a ave cozida ou assada;
- · Evitar o uso de tábuas de madeira e colheres de pau. É melhorusar tábuas de polietileno e colheres de plástico resistente;
- · Proteger alimentos de insectos e animais. Eles transportam micróbiosque causam doenças. O ideal é guardar os alimentos em vasilhas fechadas;
- · Não falar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos;
- · Ler com atenção o rótulo do alimento;
- · Verificar o prazo de validade;
- · Conservar em local apropriado.
CUIDADOS A TER NO CONSUMO DE MEDICAMENTOS
De acordo com o Idec (2002,
p. 29), os medicamentos servem para curar enfermidades e aliviar os sintomas.
Mas se forem ingeridos de forma incorrecta, podem ser nocivos à saúde.
Os medicamentos estão
sujeitos a possíveis falsificações, por isso só devem ser adquiridas em
farmácias, observando alguns cuidados a seguir descritos:
- Na rotulagem, verificar sempre as
informações básicas como data de fabricação, validade, número de
lote, nome e registro do técnico responsável, registro do medicamento no
Ministério da Saúde e a identificação do fabricante;
- Na embalagem externa, observar a qualidade da
impressão, como rasgos, rasuras ou informações apagadas e/ou
raspadas;
- Observar também se os dados da
embalagem conferem com os do frasco ou cartela do produto. Caso
isso não ocorra, não compre o medicamento e denuncie às autoridades
competentes;
- Os remédios devem sempre estar lacrados,
principalmente soros e xaropes;
- Se o medicamento em questão é utilizado pelo
indivíduo há algum tempo, verificar também as características do produto
(cor, cheiro, aparência);
- Guardar sempre os comprovantes de compra e as
embalagens interna e externa dos produtos – eles são a sua garantia no
caso de algum problema.
Há
alguns medicamentos que não estão sujeitos a prescrição médica, mas há outros
que só devem ser consumidos mediante uma prescrição médica. Contudo, há pessoas
que se arriscam a se automedicarem, sem antes conhecerem os aspectos negativos
deste acto, tais como:
- · Diagnóstico incorrecto do distúrbio da saúde;
- · Escolha de terapia inadequada;
- · Dosagem inadequada ou excessiva;
- · Risco de dependência;
- · Possibilidade de efeitos indesejados;
- · Administração incorrecta de um medicamento;
- · Possibilidade de reacções alérgicas;
- · Incapacidade de reconhecer riscos farmacológicos especiais;
- · Desconhecimento de possíveis interacções com outros medicamentos;
- · Armazenamento incorrecto ou por tempo excessivamente longo do medicamento.
O paciente deve ter o conhecimento de que medicamentos
da medicina tradicional (como por exemplo, chás) embora sejam naturais e
capazes de prevenir e curar enfermidades podem não ser eficazes e adequados em
alguns casos, devendo o paciente consultar sempre um médico. Deve também seguir
o posologia e o modo de administração do medicamento prescrito pelo médico, bem
como comunicá-lo sobre qualquer alteração inesperada após tomar determinado
medicamento. Nesta linha de idéias, deve também o paciente, conhecer os efeitos
secundário-colaterais do medicamento indicado pelo médico.
Existem dois
tipos de medicamentos: os de marca ou originais e os genéricos. Os medicamentos originais, também
conhecidos como de referência ou marca comercial, são aqueles fabricados pelos
laboratórios que desenvolveram sua fórmula. Já os genéricos são medicamentos que têm, comprovadamente, a mesma
eficácia terapêutica dos originais, a mesma substância activa, a mesma fórmula
farmacêutica, dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. (Idec, 2002).
Normalmente, o medicamento genérico é mais barato porque os
fabricantes de genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o
período de protecção de patente dos originais, não precisam investir em
pesquisas e refazer os estudos clínicos que dão cobertura aos efeitos
colaterais, que são os custos inerentes à investigação e descoberta de novos
medicamentos, visto que estes estudos já foram realizados para a aprovação do
medicamento pela indústria que primeiramente obtinha a patente. Assim, podem vender
medicamentos genéricos com a mesma qualidade do original que detinha a patente
a um preço mais baixo. (Idem).
PLANO DE
SESSÃO PRÁTICA
Para colocar em prática o trabalho, desenvolveremos um
conjunto de actividades com alunos (as) de uma turma do 8º Ano de escolaridade,
da Escola Salesiana.
Competências a desenvolver nos alunos:
·
Desenvolver o senso de responsabilidade no
consumo;
·
Levar os (as) alunos (as) a reflectirem sobre os
seus comportamentos no que diz respeito ao consumo;
·
Habilitar os (as) alunos (as) de estratégias
para conhecerem e distinguirem os produtos (alimentos e medicamentos) com
qualidade;
·
Levar os (as) discentes a desenvolverem estilos
de vida saudável;
·
Conhecer as repercussões do consumo da saúde e
no bem-estar;
·
Conhecer os cuidados que se deve ter na
escolha/compra e consumo de alimentos e medicamentos.
Com base em metodologias activas, pretendemos trabalhar a temática
Consumo e saúde, adoptando o seguinte
plano de actividades:
Dia
|
Actividades
|
Recursos
|
1º dia
|
·
Familiarização
dos elementos do grupo com a turma;
·
Enquadramento
do tema Consumo e Saúde;
·
Divisão da
turma em pequenos grupos de trabalho;
·
Distribuiçao
de tarefas por grupos.
|
·
Papel cartolina
·
Tesoura
·
Marcadores
|
2º dia
|
·
Elaboração de
um painel, que contém cartazes que abordam diferentes subtemas do trabalho;
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Preparação de
uma pequena dramatização sobre a problemática do consumo de medicamentos.
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3º dia
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Finalização
das actividades;
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Ensaio prévio
das actividades desenvolvidas a serem apresentadas na nossa instituição.
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Avaliação das actividades:
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Avaliação
contínua: observação do envolvimento e participação dos (as) aluno (as) nas
actividades.
CONCLUSÃO
A saúde é um factor essencial e contribui para o bem-estar das pessoas,
tornando-as aptas para realizarem os seus objectivos, desenvolverem as suas
capacidades e competências. Sendo a saúde um bem, não se deve preocupar com ela
apenas quando se está doente, mas sobretudo promove-la no sentido prevenir as
doenças adoptando hábitos e comportamentos saudáveis
Para se defender dos riscos relacionados aos alimentos, o consumidor
deve estar atento e informado sobre os seus direitos e adoptar uma postura activa,
ou seja, exigir que sejam respeitados, cobrando isso das empresas e do
governo.
Sendo a saúde da população, em geral, resultado da interacção de um
conjunto diversificado de determinantes individuais, sociais, e ambientais, a
respectiva promoção e protecção é uma responsabilidade partilhada por diversos
sectores, através da acção concertada dos profissionais de saúde, de educação
com os de outras áreas, tais como técnicos de serviço social, autarcas,
juristas, entre outros. (SILVA, L., 2002, p. 138).
O espaço da escola poderá desempenhar um papel decisivo acerca da
vulnerabilidade do consumidor, principalmente dos adolescentes, na prevenção de
doenças e acidentes de consumo, no conhecimento dos seus direitos e
responsabilidades e na identificação das informações importantes. Conhecendo e
exercendo os seus direitos, os alunos certamente influenciarão o comportamento
da família e dos amigos.
Contudo,
este trabalho não é o produto final de uma investigação, não é algo que pode
ser feito facilmente, exige interacção, dedicação, muita responsabilidade e
conhecimentos interdisciplinares. Portanto, não deixa de ser um assunto que
pode ser alvo de maior aprofundamento no futuro, tendo em conta as constantes
modificações na sociedade actual.
REFERÊNCIAS
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A. (2007). Promoção da Saúde:
concepções, valores e práticas de estudantes de Enfermagem e de outros cursos
do ensino superior. Portugal: Universidade do Minho Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/
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Consultado em 06/11/2013.
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Porto: Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI)
EQUIPA DO
INSTITUTO DO CONSUMIDOR. [Idec]. (2002).Educação
para a Cidadania: Guião de Educaçãodo Consumidor. Ministério da Educação de
Portugal. Disponível em: http://www.rcc.gov.pt/SiteCollectionDocuments/Guiao-Consumidor-DGIDC2006.pdf. Consultado em
02 nov. 2013.
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EBI: Programa Nacional de Saúde Escolar. 3ª edição. Cabo Verde.
INSTITUTO
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Consumo Responsável.
PINHEIRO, A de
O. (2005). A alimentação saudável e a
promoção da saúde no contexto da segurança alimentar e nutricional. Revista
do CEBES: Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v.29, n. 70, p. 125–139.
RECINE,
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Consultado em 20 nov. 2013.
SILVA, F.
L. (Org.). (2002). Promoção da Saúde.
Lisboa: Universidade Aberta.